Thursday, 26 June 2008

Correspondências



O mundo é um templo de colunas vivas que deixam sair palavras confusas. Florestas de símbolos com olhos complacentes observam o humano que por ali transita. Em ondas longas de ecos que se vislumbram à distância por uma tenebrosa e profunda unidade, a vasta noite de imensa claridade cheia de lua, com sons partilhados, gostos e cheiros de arte mutuamente sintonizam a intimidade proibida, estranha. Trás o dia perfumes frescos verde folha, inocentes pele de menina com macios de oboé e outros há, sabidos, triunfantes e corruptos. Contendo em expansão quimeras infinitas como a música, a arte, a metáfora, a curiosidade exacerbada e a visão partilhada que celebram o espírito transeunte dos sentidos. Enseada de formas, age anónima às palavras que nunca te direi. És um fresco impossível de amar mas para onde a vida corre e sem cessar se age como o ar no céu e o mar no mar.

Tuesday, 24 June 2008

Take on me




(Sempre foi o meu "videoclip" preferido.)

Talking away
I don't know what I'm to say
I'll say it anyway
Today's another day to find you
Shying away
I'll be coming for you love, O.K.

Take on me
Take me on
I'll be gone
In a day or two

So needless to say
I'm odds and ends, but that's me
Stumbling away
Slowly learning that life is O.K.
Say after me
It's no better to be safe than sorry

Take on me
Take me on
I'll be gone
In a day or two

The things that you say
Is it live or just to play
My worries away?
You're all the things I've got to remember
You shying away
I'll be coming for you anyway

Take on me
Take me on
I'll be gone
In a day or two

A-ha - 'Take on me'

Entre os dois "mon coeur balance"



"Vamos lá descer, vais evitar aquelas árvores todas."
"Vais ser capaz, paras antes de chegar ao precipício lá em baixo."
"Não vais até ao lago. Aliás, o gelo deve estar muito espesso. Bora descer."
"O meu cérebro está a tentar matar-me."

Às vezes sentimos que arriscamos pouco, outras que arriscamos muito. A parte mais engraçada é o processo de decisão. Muitas vezes arrependemo-nos de coisas que não fazemos, outras de coisas que fizemos. Quando não sabemos se devemos ou não, pedimos conselhos. Na grande maioria das vezes já sabemos o que queremos ouvir mas, é so para ouvir da boca de outra pessoa como uma confirmação ou "empurrão" montanha abaixo. Não devemos fazer as nossas escolhas baseadas no medo que temos do caminho mas sim na delícia que nos espera no destino. A resposta a tudo esta dentro de nós, só temos de ouvir com atenção. Temos de aferir com cuidado o que se encontra na base, se vale, ou não, perder o que está no cume. Se vale, não devemos ter medo de dar sozinhos aquele golpe que nos lança montanha abaixo, enfrentando os perigos quando o que nos espera na base, nos fará mais felizes que aquilo que está no cume.
"Is it better to be safe than sorry?"

Thursday, 19 June 2008

Circle of Life




Para ver e ouvir com as colunas no máximo!
Sem prender a inevitável comoção.

Wednesday, 18 June 2008

A Alma não é Pequena



"Vem do amor a Beleza,
Como a luz vem da chama.
É lei da natureza:
Queres ser bela? – ama.


Formas de encantar,
Na tela o pincel
As pode pintar;
No bronze o buril
As sabe gravar;
E estátua gentil
Fazer o cinzel
Da pedra mais dura...
Mas Beleza é isso? – Não; só formosura.

Sorrindo entre dores
Ao filho que adora
Inda antes de o ver,
– Qual sorri a aurora
Chorando nas flores
Que estão por nascer –
A mãe é a mais bela das obras de Deus.
Se ela ama! – O mais puro do fogo dos céus
Lhe ateia essa chama de luz cristalina:

É a luz divina
que nunca mudou,
É luz ... é a Beleza
Em toda a pureza
Que Deus a criou.
"

Almeida Garrett - Beleza

______________ " ______________

Percorrer a poesia portuguesa dos últimos dois séculos é a proposta desta inovadora antologia.
Neste pequeno livro encontramos uma panorâmica correcta desta nobre arte, escolhida e assinalada para caber em mensagens SMS. De Almeida Garrett a Camilo Pessanha, Fernando Pessoa a Maria do Rosário Pedreira, 100 poetas portugueses propõem-nos as mais magníficas mensagens retiradas do esplendor das suas obras.

Wednesday, 11 June 2008

Decisões



Ao longo da vida temos de tomar tantas decisões que, quer queiramos quer não, influencia o nosso carácter, justapondo-se uma a uma à essência do nosso ser definindo a nossa personalidade. Houve tantas coisas que quis fazer mas, uma moralidade castigadora abalou-me o espírito e privou-me de prazeres que ninguém devia ser proibido. Já tomei decisões que me custaram muito a tomar desprovendo-me de coisas que adoro. Será que tinha outras intenções? Nem eu sei! Só sei que me transformava numa pessoa melhor. Mas essas decisões tinham que ser tomadas, para não ter de encarar no espelho um vilão daqueles muito maus que sopram infelicidade. Sempre preferi viver com a minha, do que provocar a dos outros. Sempre fui a minha própria rocha.

Revistas acumuladas



Tenho um monte de revistas acumuladas que não estou a conseguir ler. Às vezes por falta de paciência, outras vezes por falta de tempo e, grande parte das vezes, por pura preguiça e anteposição pelo livro que estou a ler. Compro regularmente uma selecção de revistas com "coisas" que acho interessantes, nomeadamente: crónicas, grandes reportagens, moda, música, cinema, carros, mulheres bonitas e uma panóplia de pequenos textos. Compro para satisfazer estes pequenos prazeres a Visão, a GQ, o semanário Expresso etc. Acontece que por vezes, não lhes dou vazão e, acabo por acumular um monte de revistas que vão perdendo a frescura literária com o passar do tempo. Dou por mim, quando encontro tempo, a despachá-las sem a atenção que lhes mereço, nem que seja pelo preço que me custaram no meu hábito consumista de jornais revistas e revistinhas. Folheio com algum enfado e, só me prendo pelas "gordas" ou por uma imagem bonita. É impressionante o poder que tem uma imagem! É capaz de nos prender num artigo ou crónica, nos vender o produto mais inútil, nos lembrar que temos sede, vincar a nossa decisão no destino das próximas férias, ajudar na escolha de um livro ou filme e ainda, fazer com que nos apaixonemos pelos digitalmente alterados modelos das revistas. A boa imagem é o segredo da publicidade. A imagem "vende" tudo, até nós próprios!