Friday, 14 November 2008

Live Aus Bremen



A Natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas. Johann Wolfgang Von Goethe

Ar gelado e confortável não desapareces, pois este é teu dominium.
Bruma matinal, agitados sons gentis sussurrados entre o silêncio adormecido deitado por todo o lado. O dia acorda assim.
O rio reflecte o verde das árvores indeciso com os tons. Corre lentamente assobiando canções pastorais ao passar seguindo para o Mar do Norte. Os patos vão patinhando e os mergulhões atiram-se na sombra dos peixes. Vão ao fundo e vêm acima sem nada, quase sempre. Os sons do Weser completam-se com o ranger da madeira e o chapinhar dos remos dos barquinhos.
O dia vai passando invisível mimado com a escolha romântica. Fachadas de edifícios medievais de tijolo encarnado banhados com sol, preservados e misturados com o metal moderno num limbo harmonioso, esplêndido, visto em poucas coisas. Parques e jardins, lagos e folhas caídas em todo o lado com cores secas de amarelo a vermelho - não há uma igual a outra. A realidade diária imita a arte na tensão do belo e deleita-me o espírito num regozijo tal que tudo se me afigura calmo e sereno. Um cenário de ordem concebível num plano astral elevado nos sonhos de ninguém.
Num ocioso vergel de água eu descanso e leio. Em volta sentam-se flocos de sol doirados colhidos um a um pela orbita das esferas. Desaparecem com o entardecer à chegada do pôr-do-sol. Trazem os sons de ontem a esta cidade alegoria da Natureza.
Há, aqui em Bremen, um encanto idílico a habitar. Há um fascínio místico exacerbado a volitar. Há uma vontade enorme de ficar.

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