Thursday 7 August 2008

Das Profundezas Clamo



Que destino aos milhões de anátemas. Não está o céu farto deste acervo? Tirano. Onde está meu ensejo?
Vivo num mundo obscuro, sem horizonte nem momento azado que investe no meu espírito humilhado.
Nas noites sós proliferam horrores carregados de ironias infames que causam meus sezões.
Diferenças entre pescadores de palavras cobradoras de alento e poetas viciados em dor.
Não há bichos nem rios. Não há prados nem bosques. Não há mar nem sal. Há sons e livros!

Não há uma única árvore à minha espera.

Do fundo da ravina escura onde caí estatelado no duro. Ouve meu lamento – aliviante de agravo.
Arrastando-se para morrer, trás o escuro, um sol sem afago que tenta apagar meu cenho pesado
Não há neste universo nem no outro, horror que ultrapasse a violência gratuita deste sol gelado.
Nem o Caos é mais desarrumado do que estas noites iníquas onde te falo baixinho quase mudo.
Invejo o quinhão que coube ao mais feliz dos animais que se pode esquecer num sonho pasmado.

Exclusão. Peço-te:

Separa o tempo que me pesa e dói em fios tão finos quanto puderes. E fá-lo devagarinho.

§

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