Thursday 18 September 2008

Ninguém sabe o que fiz ontem



Toma-me meu mundo por perdido, vendo-me entregue a meu cuidado. Ignora-me, não me quer falar e eu sei porque… Quer que fique e, ou não têm coragem ou não se lembra de argumento. Sabe que não sei conversar sobre o tempo. Passa por mim mudo com pensamento fixo e bloqueado ao assunto do meu desancorar. Um desconforto exacerbado num silêncio forçado.

Não posso! São estratégias para iludir um coração vigilante nosso.
De gestos cheios de graça, belas vistas e doce riso querem meus olhos alimento.
Se me virem com meus males contente, são belos os fingimentos.
Doces enganos aos tristes pensamentos.

Acerca-se a hora a passos largos. Respiro fundo. Faço as malas, olho para a estante e digo para mim mesmo: “As flores vão comigo – não vá haver alguma dorzita de alma”.
Consciência limpa e coração ligeiro transportam este novo estrangeiro a Norte.
Talvez algo coincida comigo mesmo.
Se tudo fosse igual a ti, uma doçura estranha, que existe, eu sei! Nem que seja em mim.
É um espectro que me chama. A sua voz não me é familiar mas, pelo menos, tem braços para me abraçar.

No comments: