Saturday, 19 December 2009
Thursday, 10 December 2009
Don't Worry Baby
Gosto tanto dos Beach Boys!
Adoro as harmonias do Brian Wilson!
"Well its been building up inside of me
For oh I don't know how long"
Não é fantástico?
"Well its been building up inside of me
For oh I don't know how long
I don't know why
But I keep thinking
Something's bound to go wrong
But she looks in my eyes
And makes me realize
And she says "Don't worry baby"
Don't worry baby
Don't worry baby
Everything will turn out alright
Don't worry baby
Don't worry baby
Don't worry baby
I guess I should've kept my mouth shut
When I started to brag about my car
But I can't back down now because
I pushed the other guys too far
She makes me come alive
And makes me wanna drive
When she says "Don't worry baby"
Don't worry baby
Don't worry baby
Everything will turn out alright
Don't worry baby
Don't worry baby
Don't worry baby
She told me "Baby, when you race today
Just take along my love with you
And if you knew how much I loved you
Baby nothing could go wrong with you"
Oh what she does to me
When she makes love to me
And she says "Don't worry baby"
Don't worry baby
Don't worry baby
Everything will turn out alright
Don't worry baby
Don't worry baby
Don't worry baby"
The Beach Boys - 'Don't Worry Baby'
Friday, 4 December 2009
Sunday, 29 November 2009
Este Silêncio
O silêncio pertence a quem o sabe usar, e eu gosto de pensar que sei. Se conseguissem ver o que eu vi com os vossos olhos! Se conseguissem ouvir o que eu oiço.
Wednesday, 28 October 2009
Just Like Heaven
"Show me, Show me, Show me How you do that trick
The one that makes me scream" she said
"The one that makes me laugh" she said
And threw her arms around my neck
"Show me how you do it and I promise you
I promise that I'll run away with you
I'll run away with you"
Spinning on that dizzy edge
I kissed her face and kissed her head
And dreamed of all the different ways I had
To make her glow
"Why are you so far away?" she said
"Why won't you ever know that I'm in love with you?
That I'm in love with you?"
You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You're just like a dream...
Daylight licked me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I opened up my eyes
And found myself alone
Alone
Alone above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me
You
Soft and only
You
Lost and lonely
You
Just like heaven"
The Cure - 'Just Like Heaven'
Friday, 9 October 2009
That's a Good One!
Friday, 2 October 2009
A Cassete
Eu tinha uma cassete que levava para todo o lado! Nesta havia uma selecção de músicas fantásticas dos álbuns que o meu tio tinha em casa de bandas como os Dire Straits, Pearl Jam, Aerosmith, Stone Temple Pilots, Faith no More, James, INXS e mais umas quantas. Quando tirei a carta de condução levei a cassete para o carro e só a consegui substituir por uma dos Pink Floyd que tinha o álbum ao vivo 'Delicate Sound of Thunder'. Era uma selecção de músicas muito equilibrada. Tinha uma passagem no início do lado B que recordo com alguma nostalgia. Era a "Lemon Tree" dos Fools Garden e a "Big Me" dos Foo Fighters. Não sei onde guardei a cassete!
Fools Garden - 'Lemon Tree'
Foo Fighters - 'Big Me'
Thursday, 27 August 2009
Ab Imo Pectore
"Não estejas longe de mim um dia que seja, porque,
porque, não sei dizê-lo, é longo o dia,
e estarei à tua espera como nas estações
quando em algum sítio os comboios adormeceram.
Não te afastes uma hora porque então
nessa hora se juntam as gotas da insónia
e talvez o fumo que anda à procura de casa
venha matar ainda meu coração perdido.
Ai que não se quebre a tua silhueta na areia,
ai que na ausência as tuas pálpebras não voem:
não te vás por um minuto, ó bem-amada,
porque nesse minuto terás ido tão longe
que atravessarei a terra inteira perguntando
se voltarás ou me deixarás morrer."
_Pablo Neruda
Wednesday, 26 August 2009
Murphy's Law
Friday, 21 August 2009
A Contract With God
"Only the tears of ten thousand weeping angels could cause such a deluge!
And come to think of it, maybe that is exactly what it was..."
Will Eisner - 'A Contract With God'
Não são só as palavras... É a chuva!
Passamos e reparamos imediatamente, abre-nos os sentidos e envolve-nos emocionalmente. É uma chuva que inunda o mundo.
Uma chuva que é a mais extrema metáfora visual do desespero de um homem.
Passamos e reparamos imediatamente, abre-nos os sentidos e envolve-nos emocionalmente. É uma chuva que inunda o mundo.
Uma chuva que é a mais extrema metáfora visual do desespero de um homem.
Tuesday, 18 August 2009
Friday, 14 August 2009
Monday, 10 August 2009
Friday, 31 July 2009
Friday, 10 July 2009
Plano
Hoje, quando chegar, vou tomar um banho com extractos de mel! Foi um dia cansativo...
Depois vou pintar um anjo na parede e talvez o destino me pegue pela mão.
Tuesday, 7 July 2009
Friday, 26 June 2009
R.I.P. M.J.
Sinceramente, não consigo deixar de bater o pé quando ouço a intro da "Billie Jean".
E quando saiu a "Beat It", quem não gostava de ter aquele casaco? Adoro aquele riff de guitarra!
Quem é capaz de ficar quieto a ouvir "Don't Stop 'Til You Get Enough"? E tantas, tantas outras!!!
Como Thriller, Smooth Criminal, Man in the Mirror (Grande mensagem), Black or White, The Way you Make me Feel, Blood on the Dance Floor e aquela cover da fantástica música dos Beatles - "Come Together"! E muitas mais...
Michael Jackson era um talento fantástico, um génio brilhante que influenciou profundamente toda uma geração com a sua originalidade e criatividade. A sua falta será muito sentida. Viverá eternamente através da sua música e no coração de milhões de fans.
E quando saiu a "Beat It", quem não gostava de ter aquele casaco? Adoro aquele riff de guitarra!
Quem é capaz de ficar quieto a ouvir "Don't Stop 'Til You Get Enough"? E tantas, tantas outras!!!
Como Thriller, Smooth Criminal, Man in the Mirror (Grande mensagem), Black or White, The Way you Make me Feel, Blood on the Dance Floor e aquela cover da fantástica música dos Beatles - "Come Together"! E muitas mais...
Michael Jackson era um talento fantástico, um génio brilhante que influenciou profundamente toda uma geração com a sua originalidade e criatividade. A sua falta será muito sentida. Viverá eternamente através da sua música e no coração de milhões de fans.
Gosto da música e do espírito do Michael Jackson. No dia em que soube a notícia não queria deixar de mostrar a tristeza que sinto.
I like Michael Jackson! He's Bad!!!
Thursday, 11 June 2009
Rhododendron-Park
Tirei uma fotografia no Rhododendron-Park* que me chegou à memória os jardins de Monet e "La Géante" de Baudelaire que em baixo darei em tradução.
A Gigante
"Teve um tempo a Natureza que constante
Seu estro pujante criava crianças monstros
Teria desejado viver junto de uma gigante jovem
Como um gato aos pés de uma rainha voluptuoso
Teria adorado ver seu corpo florir junto à alma
A crescer livremente naqueles olhos terríveis
Prever pela névoa húmida que neles pairava
Se seu coração nutria chamas sombrias
Correr incondicionado por suas magníficas formas
Rastejar pela colina de seus joelhos enormes
E, por vezes, no verão, quando sóis doentios
A fizessem cansada deitar-se pela paisagem
Dormir por nada à sombra de seus seios
Como um lugarejo pacato à sombra da montanha"
Charles Baudelaire in 'Les Fleurs du Mal'
Tradução Maria Gabriela Llansol
* 360º Virtual Tour
Wots... Uh, The Deal?
Diz-me muito...
"Heaven sent the promised land
Looks alright from where I stand
Cause I'm the man on the outside looking in
Waiting on the first step
Show me where the key is kept
Point me down the right line because it's time
To let me in from the cold
Turn my lead into gold
Cause there's a chill wind blowing in my soul
And I think I'm growing old
Flash the readies
Wot's...uh the deal?
Got to make to the next meal
Try to keep up with the turning of the wheel.
Mile after mile
Stone after stone
Turn to speak but you're alone
Million miles from home you're on your own
So let me in from the cold
Turn my lead into gold
Cause there's a chill wind blowing in my soul
And I think I'm growing old
Fire bright by candlelight
And her by my side
And if she prefers we'll never stir again
Someone said the promised land
And I grabbed it with both hands
Now I'm the man on the inside looking out
Hear me shout "Come on in,
What's the news and where you been?"
Cause there's no wind left in my soul
And I've grown old"
Pink Floyd - 'Wots... Uh, The Deal?'
Performance incluída na digressão do álbum solo de David Gilmour,
- On an Island -
Tuesday, 9 June 2009
Memento Mori
Wednesday, 3 June 2009
Friday, 15 May 2009
Green Eggs And Ham by Dr. Seuss
I am Sam
I am Sam
Sam I am
That Sam-I-am
That Sam-I-am!
I do not like
that Sam-I-am
Do you like
green eggs and ham.
I do not like them,
Sam-I-am.
I do not like
green eggs and ham.
Would you like them
Here or there?
I would not like them
here or there.
I would not like them
anywhere.
I do not like
green eggs and ham.
I do not like them,
Sam-I-am
Would you like them
in a house?
Would you like them
with a mouse?
I do not like them
in a house.
I do not like them
with a mouse.
I do not like them
here or there.
I do not like them
anywhere.
I do not like green eggs and ham.
I do not like them, Sam-I-am.
Would you eat them
in a box?
Would you eat them
with a fox?
Not in a box.
Not with a fox.
Not in a house.
Not with a mouse.
I would not eat them here or there.
I would not eat them anywhere.
I would not eat green eggs and ham.
I do not like them, Sam-I-am.
Would you? Could you?
in a car?
Eat them! Eat them!
Here they are.
I would not ,
could not,
in a car
You may like them.
You will see.
You may like them
in a tree?
Not in a tree.
I would not, could not in a tree.
Not in a car! You let me be.
I do not like them in a box.
I do not like them with a fox
I do not like them in a house
I do mot like them with a mouse
I do not like them here or there.
I do not like them anywhere.
I do not like green eggs and ham.
I do not like them, Sam-I-am.
A train! A train!
A train! A train!
Could you, would you
on a train?
Not on a train! Not in a tree!
Not in a car! Sam! Let me be!
I would not, could not, in a box.
I could not, would not, with a fox.
I will not eat them with a mouse
I will not eat them in a house.
I will not eat them here or there.
I will not eat them anywhere.
I do not like them, Sam-I-am.
Say!
In the dark?
Here in the dark!
Would you, could you, in the dark?
I would not, could not,
in the dark.
Would you, could you,
in the rain?
I would not, could not, in the rain.
Not in the dark. Not on a train,
Not in a car, Not in a tree.
I do not like them, Sam, you see.
Not in a house. Not in a box.
Not with a mouse. Not with a fox.
I will not eat them here or there.
I do not like them anywhere!
You do not like
green eggs and ham?
I do not
like them,
Sam-I-am.
Could you, would you,
with a goat?
I would not,
could not.
with a goat!
Would you, could you,
on a boat?
I could not, would not, on a boat.
I will not, will not, with a goat.
I will not eat them in the rain.
I will not eat them on a train.
Not in the dark! Not in a tree!
Not in a car! You let me be!
I do not like them in a box.
I do not like them with a fox.
I will not eat them in a house.
I do not like them with a mouse.
I do not like them here or there.
I do not like them ANYWHERE!
I do not like
green eggs
and ham!
I do not like them,
Sam-I-am.
You do not like them.
SO you say.
Try them! Try them!
And you may.
Try them and you may I say.
Sam!
If you will let me be,
I will try them.
You will see.
Say!
I like green eggs and ham!
I do!! I like them, Sam-I-am!
And I would eat them in a boat!
And I would eat them with a goat...
And I will eat them in the rain.
And in the dark. And on a train.
And in a car. And in a tree.
They are so good so good you see!
So I will eat them in a box.
And I will eat them with a fox.
And I will eat them in a house.
And I will eat them with a mouse.
And I will eat them here and there.
Say! I will eat them ANYWHERE!
I do so like
green eggs and ham!
Thank you!
Thank you,
Sam-I-am
Dr. Seuss - 'Green Eggs And Ham'
Tuesday, 12 May 2009
Friday, 27 March 2009
This year's Love had better last
Não me sai da cabeça!!!
"This years love had better last
Heaven knows it's high time
I've been waiting on my own too long
But when you hold me like you do
It feels so right oh now
I start to forget
How my heart gets torn
When that hurt gets thrown
Feeling like you can't go on
Turning circles and time again
It cut like a knife oh now
If you love me got to know for sure
'Cause it takes something more this time
Than sweet sweet lies oh now
Before I open up my arms and fall
Losing all control
Every dream inside my soul
When you kiss me on that midnight street
Sweep me off my feet
Singing ain't this life so sweet
This years love had better last
This years love had better last
Cause whose to worry
If our hearts get torn
When that hurt gets thrown
Don't yuh know this life goes on
Won't you kiss me on that midnight street
Sweep me off my feet
Singing ain't this life so sweet
This years love had better last
This years love had better last
This years love had better last
This years love had better last
This years love had better last,whoa yeah
This years love had better last"
David Gray - 'This Year's Love'
Thursday, 19 March 2009
Friday, 13 March 2009
Killing Me Softly
Quando pensei em como seria interpretar a minha versão da "killing Me Softly" em público, lembrei-me do Hugh Grant nesta cena! Seria igualmente ridículo!
Tuesday, 10 March 2009
Infelicidade e Inveja
Se aquilo que nos prejudica e ao próximo merece tal nome. Não é suficiente sermos incapazes de nos fazer felizes uns aos outros? Passamos indiferentes por um triste na estrada, ignoramos os seus suplícios e, ainda temos de nos apoderar do prazer que cada um pode encontrar dentro de si mesmo?
Apontem-me alguém que, estando infeliz, tenha a coragem de ocultá-lo, de sofrer sozinho, sem contaminar a presença de espírito dos demais, sem perturbar a alegria dos que o rodeiam e por sua vez contrariar abnegado o seu estado sombrio insociável.
A infelicidade não será uma tristeza íntima, um sentimento da nossa própria insuficiência incapaz de se opor à adversidade premiada pelo tempo e a má ventura, que provoca um descontentamento em relação a nós próprios, ao qual se junta sempre a inveja em razão de uma vaidade idiota?
Quando vemos algumas pessoas felizes, sem que para isso tenhamos contribuído, essa felicidade é para nós insuportável.
Pobre aquele que usa o seu poder sobre um coração para abafar as singelas alegrias que nele nascem espontaneamente! Todas as dádivas, todas as gentilezas deste mundo não compensam um só dos instantes de contentamento, se esses instantes forem envenenados pelo despeito de um tirano.
Apontem-me alguém que, estando infeliz, tenha a coragem de ocultá-lo, de sofrer sozinho, sem contaminar a presença de espírito dos demais, sem perturbar a alegria dos que o rodeiam e por sua vez contrariar abnegado o seu estado sombrio insociável.
A infelicidade não será uma tristeza íntima, um sentimento da nossa própria insuficiência incapaz de se opor à adversidade premiada pelo tempo e a má ventura, que provoca um descontentamento em relação a nós próprios, ao qual se junta sempre a inveja em razão de uma vaidade idiota?
Quando vemos algumas pessoas felizes, sem que para isso tenhamos contribuído, essa felicidade é para nós insuportável.
Pobre aquele que usa o seu poder sobre um coração para abafar as singelas alegrias que nele nascem espontaneamente! Todas as dádivas, todas as gentilezas deste mundo não compensam um só dos instantes de contentamento, se esses instantes forem envenenados pelo despeito de um tirano.
Sunday, 22 February 2009
Monday, 16 February 2009
Em Prosa, a Rosa.
Comprei uma Rosa, daquelas grandes, vermelhas, para oferecer a uma amiga no dia de São Valentim, mas esqueci-me de lhe dar água e ela ficou toda murcha e feia e escura, num estado de languidez profunda perdeu a cor, o odor fresco e doce, o orgulho. Ela era tão bonita! Linda! A Rosa perfeita. Que tristeza! Não evitei o sezão. Senti que o Sol se iria erguer contra mim em cruel retribuição. Foi a minha inépcia que a humilhou! Não fiz por mal.
Antes de ontem meti-a numa jarra com água mas, ela continuou triste e atónica. Ontem mudei a água, submetia ao clima quente e seco do meu quarto, coloquei-a virada para nascente e hoje, para minha surpresa e felicidade, voltou a ser a mesma Rosa que tinha conhecido na loja. Fiquei num contido êxtase supremo. A constrição promovida por aquela visão provocou a fremência dos meus gestos, pois senti que me tinha perdoado a insolência. Ergueu-se curada de uma larga e funda ferida. Está bela, vicejante e orgulhosa. Lindíssima! Deslumbrante! Perfeita! Ébria de vermelho, valente. Estou feliz! Assim eu quisera um dia. Prometi não mais magoar seu peito compassivo.
Sabem? As rosas precisam de água nova todos os dias. Acho que agora já posso oferecê-la. E quando o fizer, vou dizer que ela passou por muito. Acho que isso a vai valorizar. É uma Rosa forte.
A Rosa é o símbolo feminino por excelência. Mas também é um símbolo de amor e paixão. Será coincidência?
O tempo muda tudo. E a água.
Antes de ontem meti-a numa jarra com água mas, ela continuou triste e atónica. Ontem mudei a água, submetia ao clima quente e seco do meu quarto, coloquei-a virada para nascente e hoje, para minha surpresa e felicidade, voltou a ser a mesma Rosa que tinha conhecido na loja. Fiquei num contido êxtase supremo. A constrição promovida por aquela visão provocou a fremência dos meus gestos, pois senti que me tinha perdoado a insolência. Ergueu-se curada de uma larga e funda ferida. Está bela, vicejante e orgulhosa. Lindíssima! Deslumbrante! Perfeita! Ébria de vermelho, valente. Estou feliz! Assim eu quisera um dia. Prometi não mais magoar seu peito compassivo.
Sabem? As rosas precisam de água nova todos os dias. Acho que agora já posso oferecê-la. E quando o fizer, vou dizer que ela passou por muito. Acho que isso a vai valorizar. É uma Rosa forte.
A Rosa é o símbolo feminino por excelência. Mas também é um símbolo de amor e paixão. Será coincidência?
O tempo muda tudo. E a água.
Friday, 13 February 2009
A Raposa e o Principezinho
(...)
Foi então que apareceu a raposa:
"Bom dia" - disse a raposa.
"Bom dia" - respondeu o principezinho com delicadeza. Mas ao voltar-se não viu ninguém.
"Estou aqui" - disse a voz, debaixo da macieira.
"Quem és tu?" - disse o principezinho. "És bem bonita…"
"Sou uma raposa" - disse a raposa.
"Anda brincar comigo" - propôs-lhe o principezinho. "Estou tão triste…"
"Não posso brincar contigo" - disse a raposa. "Ainda ninguém me cativou."
"Ah! Perdão" - disse o principezinho.
Mas depois de ter reflectido, acrescentou:
"Que significa “cativar”?"
"Tu não deves ser de aqui" - disse a raposa. "Que procuras?"
"Procuro os homens" - disse o principezinho. "Que significa “cativar”?"
"Os homens" - disse a raposa - "têm espingardas e caçam. É uma maçada! Também criam galinhas. É o único interesse que lhes acho. Andas à procura de galinhas?"
"Não" - disse o principezinho. "Ando à procuro de amigos. Que significa “cativar”?"
"É uma coisa de que toda a gente se esqueceu" - disse a raposa - "Significa “criar laços…”"
"Criar laços?"
"Isso mesmo" - disse a raposa. "Para mim, não passas por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei única no mundo para ti…"
"Começo a compreender" - disse o principezinho. "Existe uma flor… creio que ela me cativou…"
"É possível" - disse a raposa. "Vê-se de tudo à superfície da Terra…"
"Oh! Não foi na Terra" - disse o principezinho.
A raposa mostrou-se muito intrigada.
"Noutro planeta?"
"Sim."
"Há caçadores nesse tal planeta?"
"Não."
"Isso é muito interessante. E galinhas?"
"Não."
"A perfeição não existe." - suspirou a raposa.
Mas voltou à mesma ideia.
"Levo uma vida monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me a mim. Todas as galinhas são iguais e todos os homens são iguais. Por isso aborreço-me um pouco. Mas, se tu me cativares, será como se o Sol iluminasse a minha vida. Distinguirei, de todos os passos, um novo ruído de passos. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra. Os teus hão-de atrair-me para fora da toca, como música. E depois, olha! Vês, lá adiante, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem nada. E é triste! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso. Como o trigo é dourado, fará lembrar-me de ti. E hei-de amar o barulho do vento através do trigo…"
A raposa calou-se e olhou por muito tempo o principezinho.
"Cativa-me, por favor" - disse ela.
"Tenho muito gosto" - respondeu o principezinho - "mas falta-me tempo. Preciso de descobrir amigos e conhecer muitas coisas."
"Só se conhecem as coisas que cativam" - disse a raposa. "Os homens não têm muito tempo para tomar conhecimento de nada. Compram coisas feitas aos mercadores. Mas como não existem mercadores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!"
"Como é que o hei-de fazer?" - disse o principezinho.
"Tens de ter muita paciência" - respondeu a raposa. "Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo cantinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto…"
No dia seguinte, o principezinho voltou.
"Era melhor teres vindo à mesma hora" - disse a raposa. "Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, às três já eu começo a ficar feliz. À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. Às quatro horas já começarei a agitar-me e a inquietar-me; descobrirei o preço da felicidade. Mas se vieres a uma hora qualquer, nunca posso saber a que horas hei-de vestir o meu coração… É preciso rituais."
"O que é um ritual?" - disse o principezinho.
"É também uma coisa de que toda a gente se esqueceu" - disse a raposa. "É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas. Há um ritual, por exemplo, entre os meus caçadores. Dançam às quintas-feiras com as raparigas da aldeia. A quinta-feira é, por isso, um dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem num dia qualquer, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias."
Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando se aproximou a hora da partida:
"Ah!" - disse a raposa… "Vou chorar."
"A culpa é tua" - disse o principezinho "Não queria que te acontecesse mal mas, tu quiseste que eu te cativasse…"
"É certo" - disse a raposa.
"Mas vais chorar!" - disse o principezinho.
"É certo" - disse a raposa.
"Então não ganhas nada com isso!"
"Ganho sim" - disse a raposa "Por causa da cor do trigo."
Depois acrescentou:
"Vai ver as outras rosas. Compreenderás que a tua é única no mundo. Quando voltares para me dizer adeus, faço-te presente de um segredo."
O principezinho foi ver as outras rosas.
"Vocês não são nada parecidas com a minha rosa. Ainda não são nada" - disse-lhes ele. "Ninguém vos cativou, nem vocês cativaram ninguém. São como era a minha raposa. Não passava de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas fiz dela minha amiga e agora é única no mundo."
E as rosas ficaram bastante aborrecidas:
"Vocês são belas, mas vazias" - disse-lhes mais. "Ninguém vai morrer por vocês. É certo que, quanto à minha rosa, qualquer vulgar transeunte julgará que ela se vos assemelha. Mas, sozinha, ela vale mais do que vocês todas juntas, porque foi ela que eu reguei. Porque foi ela que eu pus numa redoma. Porque foi ela que abriguei com um biombo. Porque foi por causa dela que matei as lagartas (excepto duas ou três para as borboletas). Porque foi ela e só ela que ouvi lamentar-se ou gabar-se, ou mesmo, por vezes calar-se. Porque é a minha rosa."
E voltando para junto da raposa:
"Adeus" - disse ele.
"Adeus" - disse a raposa. "Vou dizer-te um segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."
"O essencial é invisível para os olhos" - repetiu o principezinho, a fim de se recordar.
"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante."
"Foi o tempo que perdi com a minha rosa…" - repetiu o principezinho, a fim de se recordar.
"Os homens esqueceram esta verdade mas, tu não deves esquecê-la. Ficas para sempre responsável por aquele que cativaste. És responsável pela tua rosa."
"Sou responsável pela minha rosa" - repetiu o principezinho a fim de se recordar.
(...)
Aquele que começou tudo para mim.
Foi então que apareceu a raposa:
"Bom dia" - disse a raposa.
"Bom dia" - respondeu o principezinho com delicadeza. Mas ao voltar-se não viu ninguém.
"Estou aqui" - disse a voz, debaixo da macieira.
"Quem és tu?" - disse o principezinho. "És bem bonita…"
"Sou uma raposa" - disse a raposa.
"Anda brincar comigo" - propôs-lhe o principezinho. "Estou tão triste…"
"Não posso brincar contigo" - disse a raposa. "Ainda ninguém me cativou."
"Ah! Perdão" - disse o principezinho.
Mas depois de ter reflectido, acrescentou:
"Que significa “cativar”?"
"Tu não deves ser de aqui" - disse a raposa. "Que procuras?"
"Procuro os homens" - disse o principezinho. "Que significa “cativar”?"
"Os homens" - disse a raposa - "têm espingardas e caçam. É uma maçada! Também criam galinhas. É o único interesse que lhes acho. Andas à procura de galinhas?"
"Não" - disse o principezinho. "Ando à procuro de amigos. Que significa “cativar”?"
"É uma coisa de que toda a gente se esqueceu" - disse a raposa - "Significa “criar laços…”"
"Criar laços?"
"Isso mesmo" - disse a raposa. "Para mim, não passas por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei única no mundo para ti…"
"Começo a compreender" - disse o principezinho. "Existe uma flor… creio que ela me cativou…"
"É possível" - disse a raposa. "Vê-se de tudo à superfície da Terra…"
"Oh! Não foi na Terra" - disse o principezinho.
A raposa mostrou-se muito intrigada.
"Noutro planeta?"
"Sim."
"Há caçadores nesse tal planeta?"
"Não."
"Isso é muito interessante. E galinhas?"
"Não."
"A perfeição não existe." - suspirou a raposa.
Mas voltou à mesma ideia.
"Levo uma vida monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me a mim. Todas as galinhas são iguais e todos os homens são iguais. Por isso aborreço-me um pouco. Mas, se tu me cativares, será como se o Sol iluminasse a minha vida. Distinguirei, de todos os passos, um novo ruído de passos. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra. Os teus hão-de atrair-me para fora da toca, como música. E depois, olha! Vês, lá adiante, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem nada. E é triste! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso. Como o trigo é dourado, fará lembrar-me de ti. E hei-de amar o barulho do vento através do trigo…"
A raposa calou-se e olhou por muito tempo o principezinho.
"Cativa-me, por favor" - disse ela.
"Tenho muito gosto" - respondeu o principezinho - "mas falta-me tempo. Preciso de descobrir amigos e conhecer muitas coisas."
"Só se conhecem as coisas que cativam" - disse a raposa. "Os homens não têm muito tempo para tomar conhecimento de nada. Compram coisas feitas aos mercadores. Mas como não existem mercadores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!"
"Como é que o hei-de fazer?" - disse o principezinho.
"Tens de ter muita paciência" - respondeu a raposa. "Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo cantinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto…"
No dia seguinte, o principezinho voltou.
"Era melhor teres vindo à mesma hora" - disse a raposa. "Se vieres, por exemplo, às quatro horas da tarde, às três já eu começo a ficar feliz. À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. Às quatro horas já começarei a agitar-me e a inquietar-me; descobrirei o preço da felicidade. Mas se vieres a uma hora qualquer, nunca posso saber a que horas hei-de vestir o meu coração… É preciso rituais."
"O que é um ritual?" - disse o principezinho.
"É também uma coisa de que toda a gente se esqueceu" - disse a raposa. "É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas. Há um ritual, por exemplo, entre os meus caçadores. Dançam às quintas-feiras com as raparigas da aldeia. A quinta-feira é, por isso, um dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem num dia qualquer, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias."
Foi assim que o principezinho cativou a raposa. E quando se aproximou a hora da partida:
"Ah!" - disse a raposa… "Vou chorar."
"A culpa é tua" - disse o principezinho "Não queria que te acontecesse mal mas, tu quiseste que eu te cativasse…"
"É certo" - disse a raposa.
"Mas vais chorar!" - disse o principezinho.
"É certo" - disse a raposa.
"Então não ganhas nada com isso!"
"Ganho sim" - disse a raposa "Por causa da cor do trigo."
Depois acrescentou:
"Vai ver as outras rosas. Compreenderás que a tua é única no mundo. Quando voltares para me dizer adeus, faço-te presente de um segredo."
O principezinho foi ver as outras rosas.
"Vocês não são nada parecidas com a minha rosa. Ainda não são nada" - disse-lhes ele. "Ninguém vos cativou, nem vocês cativaram ninguém. São como era a minha raposa. Não passava de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas fiz dela minha amiga e agora é única no mundo."
E as rosas ficaram bastante aborrecidas:
"Vocês são belas, mas vazias" - disse-lhes mais. "Ninguém vai morrer por vocês. É certo que, quanto à minha rosa, qualquer vulgar transeunte julgará que ela se vos assemelha. Mas, sozinha, ela vale mais do que vocês todas juntas, porque foi ela que eu reguei. Porque foi ela que eu pus numa redoma. Porque foi ela que abriguei com um biombo. Porque foi por causa dela que matei as lagartas (excepto duas ou três para as borboletas). Porque foi ela e só ela que ouvi lamentar-se ou gabar-se, ou mesmo, por vezes calar-se. Porque é a minha rosa."
E voltando para junto da raposa:
"Adeus" - disse ele.
"Adeus" - disse a raposa. "Vou dizer-te um segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."
"O essencial é invisível para os olhos" - repetiu o principezinho, a fim de se recordar.
"Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante."
"Foi o tempo que perdi com a minha rosa…" - repetiu o principezinho, a fim de se recordar.
"Os homens esqueceram esta verdade mas, tu não deves esquecê-la. Ficas para sempre responsável por aquele que cativaste. És responsável pela tua rosa."
"Sou responsável pela minha rosa" - repetiu o principezinho a fim de se recordar.
(...)
Antoine de Saint-Exupéry
Wednesday, 11 February 2009
Where's That Kid?!
Thursday, 22 January 2009
L'Enfant de la Haute Mer
1. Le jour, la nuit, la nuit, le jour, les nuages et les poissons volants. Aujourd'hui, comme tous les matins, je suis allée ouvrir les volets de la ville.
2. Et comme tous les soirs, une heure avant le coucher du soleil, je les ai refermés. Si seulement j'avais un peu de neige de la montagne. Le jour passerait plus vite.
3. Aujourd'hui j'ai cru entendre un bruit, mais c'était le bruit de la mer.
2. Et comme tous les soirs, une heure avant le coucher du soleil, je les ai refermés. Si seulement j'avais un peu de neige de la montagne. Le jour passerait plus vite.
3. Aujourd'hui j'ai cru entendre un bruit, mais c'était le bruit de la mer.
-§-
1. O dia, a noite, a noite, o dia, as nuvens e os peixes voadores. Hoje, como todas as manhãs, fui abrir as gelosias da cidade.
2. E como todas as noites, uma hora antes do pôr-do-sol, eu fechei-as. Se pelo menos tivesse um pouco de neve da montanha. Os dias passavam mais depressa.
3. Hoje pensei ter ouvido um barulho, mas era o barulho do mar.
2. E como todas as noites, uma hora antes do pôr-do-sol, eu fechei-as. Se pelo menos tivesse um pouco de neve da montanha. Os dias passavam mais depressa.
3. Hoje pensei ter ouvido um barulho, mas era o barulho do mar.
Poesia em movimento.
Tuesday, 20 January 2009
Aspiração
"Por vezes parece que as coisas serão assim: tu tens tal tarefa a cumprir, dispões de tantas forças quantas são necessárias para a levar a bom termo, com bastante tempo teu e boa vontade para o trabalho, onde está o obstáculo ao êxito da imensa tarefa?
Não percas tempo a procurá-lo, talvez não exista."
Não percas tempo a procurá-lo, talvez não exista."
Franz Kafka
(...)- Para onde vais?
- Com sorte! Em frente.
Friday, 16 January 2009
Como explicar a poesia
"...quando explicamos a poesia ela torna-se banal. Melhor do que qualquer explicação é a experiência directa das emoções que a poesia revela a uma alma predisposta a compreendê-la."
'Il Postino' (O Carteiro de Pablo Neruda) de Michael Radford.
Quando tentei a explicação de que a poesia de uma música que tinha tocado não dava para explicar, não me lembrei desta passagem do filme. Na altura dava jeito. Não gosto de rodeios. Sinto-me iletrado. Tenho de ler ainda mais.