Friday, 18 April 2008
Sacode as nuvens e afasta a chuva da cara
Eu todo, igualzinho como sempre fui: as mesmas perguntas, as mesmas dúvidas, o mesmo modo de me olhar, o mesmo modo de olhar os outros. Sou isto, assim, desde o início. Serei talvez isto até ao fim. Que esquisito haver um fim, que inconcebível morrer. Viver também, parece precário, equilibrado, desequilibrado. Falta-me alguém para mimar. Sou um lugar comum.
Faz isso: Olha-te sem piedade, não te comovas contigo próprio. Faz o possível e o impossível para não te deixares vencer. Sê inteiro, não te desculpes. Sê real, sonha. Sonha tudo! Sacode as nuvens e afasta a chuva da cara. Aguenta. Apaga a dor dos olhos. Não faças o que julgas ser e, talvez seja, uma lágrima madura que cai, que se aleija. Mesmo que os outros não vejam, que ninguém veja. Tu vês. Tu sentes. Não te dispas sem pudor.
Levanta-te, volta ao presente. Aguenta. Faz projectos, inventa. Não largues um único osso que abocanhes. Não te prives. Bom ou muito bom. Procura sempre o melhor. Hás-de encontrar. Não te acomodes. Vais ver, vais te habituar. O bandalho do ser humano habitua-se a tudo.
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