Wednesday 9 April 2008

Sorrisos


Ando num comprimento de onda diferente. Gostava de sorrir dois dedos de conversa com a mesma espontaneidade com que eles o fazem. Ser a pessoa mais agradável do mundo sempre com assunto e sorriso fácil mas, não sou bom a conversar, desinteresso-me, penso noutra coisa. Apesar do esforço que tento fazer para ser mais simpático vêem-me sempre como a pessoa mais antipática à face da terra. "Ai o teu filho é tão antipático!" dizem eles à minha mãe. Ela defende-me logo, e facilita-lhes a aprovação dizendo qualquer coisa como: "Vocês não o conhecem." – sempre com um sorriso bom na cara.
Pois é! Eles não me conhecem! A minha mãe conhece-me.
O sorriso para estas pessoas é tão barato que até chateia!
Sinceramente gostava de saber o que eles querem para não fazerem esses comentários tão depreciativos. Eu desejo-lhes sempre um Bom Dia de sorriso na cara, o que querem mais para me apelidarem de miúdo simpático? Bolas!
Querem que pergunte se está tudo bem lá em casa com a família e blá blá blá...
Não quero saber! Posso fazer perguntas circunstanciais mas desinteresso-me no espaço de tempo em que as faço, quando dou por mim já estou a pensar noutra coisa e a acenar com a cabeça sem absorver patavina do que me estão a dizer.
- Sim, pois… ah!
Não gosto deles! Gosto de pessoas com sorrisos caros e sentir-me milionário ou o melhor ladrão de alta classe. Gosto dos meus amigos. Tenho poucos amigos.
Há sorrisos que não tenho o direito de provocar. Se assim é, também há sorrisos que não provoco por obrigação. Sou difícil de agradar, eu sei, nos dois sentidos.
Já me magoaram o sorriso. Também já magoei alguns!
Já me deram sorrisos amarelos. Também já dei alguns!
E já alguma vez deram sorrisos sem querer dar? É como se nos roubassem, tipo beijo roubado. Às vezes roubam-me sorrisos, e eu gosto. Também gosto de roubar alguns. Aqueles branquinhos aguarela. Mas, de todos os sorrisos, o que eu gosto mais de roubar no mundo é o dela…

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